Edição 214 - Brasília, 07 de janeiro a 04 de fevereiro de 2018
Poesia
Por Sóter
discurso
eu
casseteteado no baixo ventre
na esplanada,
boleado com bala de borracha
no congresso nacional
cassado da sala de aula por poemas
em anúncios classificados,
torturado psicologicamente
por horas no dops,
impedido de trabalhar por décadas,
em detrimento de minha família
só posso dizer:
DITADURA JAMAIS!!!!
menosprezo
o seu silêncio
quase explode
os meus tímpanos.
quem vê "face" não vê face
vc desapareceu do meu "face"
deixando uma solidão sem fim.
cadastrei-me no orkut, twiter, linkdin
e outras redes sociais...
busquei outras vias
viadutos, via anhanguera
só não fui às "vias de fato".
tudo em vão!
sinto-me só no une-verso virtual.
amor capitalista
não deveria ter-te conquistado à vista.
deveria tê-lo feito
em suáveis prestações
com garantia estendida.
saldo positivo
você me fez tão bem
que ao me destruir
sobrou-me saldo de gratidão..
Sóter, poeta goiano, radicado em Brasília desde 77, lançou seu primeiro livrim de poesias em 78 e nestes 40 anos continuou lançando seus livros e de amigos pela SEMIM Edições, contabilizando 15 títulos próprios. Os poemas desta seleção estão no livro #AGRESTINA lançado recentemente.