Edição 209 - Brasília, 22 de janeiro a 19 de fevereiro de 2017
Poesia
Por Paulo Lima
No andar de lado,
enviesada geometria,
está sua linha reta,
fina pontaria.
Os olhos-antenas,
qual figurino espacial,
são sensores e protetores:
quem sabe melenas.
Na toca atocaiado,
não se faz de rogado:
luta com mãos-caranguejo
contra mãos sem pejo.
Na desigual peleja,
mesmo no aliado mangue,
perde a casca e a casa o
lutador encurralado, exangue.
Troféu de famintas criaturas,
vira mercadoria sua carnadura,
comida de dentes duros,
cravados em sua casca dura.
Iguaria de turistas em caça,
nas mesas o põem a nu,
esquartejado e escaldado,
antes livre e enfim carcaça.
Paulo Lima é editor da revista eletrônica Balaio de Notícias.