Edição 162 - Aracaju, 12 de agosto a 09 de setembro de 2012

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Turismo

Viagem ao centro das Américas
Um roteiro ensolarado de surpresas e descobertas pelo Panamá e Saint Martin

Por Antônio Carlos Silva Ferreira

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira
 
Cidade do Panamá: paisagem de arranha-céus de até 60 andares

 

E então para onde eu fui desta vez? Ah, fui para uma ilha tropical e um país latino, todos lá no meio das Américas: Saint Martin e Panamá. Como surgiu essa escolha? Então, vamos aos antecedentes.

Antecedentes

Há cerca de três anos, resolvi avançar os estudos de francês fazendo um período de imersão fora do Brasil e pensei, que tal...:

França - legal, berço do idioma, país bonito, mas...passagem cara, custo alto devido ao Euro, sem contar que eu já tinha ido lá dois anos antes;

Guiana Francesa – pertinho do Brasil, basta cruzar a fronteira, mas fronteira do quê cara-pálida? Fronteira da selva com a selva e pensando bem não descobri atrativos suficientes para uma viagem que se destinava a estudos e lazer.

Saint Martin – pequena ilha do Caribe, ensolarada o ano todo, praias lindas, um misto de cultura francesa, cultura nativa, cultura holandesa. Humm, c´est bon!

Mas eu terminei indo estudar francês em Montreal e Saint Martin ficou na memória. Já o Panamá existia na mente desde os estudos de Geografia na infância quando a professora falava do distante e intrigante Canal do Panamá. E, para completar, um dia, depois da aula, o elevador do prédio onde funcionava o curso de francês, em Montréal, parou no 6º andar e ao ver a porta que dizia “Consulado do Panamá” eu sai e fui até lá pedir folhetos turísticos para uma viagem ainda nem programada. Mas isso, relembro, foi lá em 2009.

Voltando a 2012, na busca de passagens para Saint Martin descobri que a Copa Airlines está chegando forte no Brasil. Não conheço nenhuma outra empresa aérea decolando para o exterior de 08 capitais brasileiras (Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife de onde eu parti) além da panamenha. Eu disse panamenha? Pois é, aproveitando a estratégica posição geográfica do Panamá, na América Central, a meio caminho das Américas do Sul e do Norte e pertinho do Caribe, os vôos da Copa saem do Brasil, chegam no Aeroporto de Tocumen e de lá se faz conexões para trocentos destinos nos EUA, América Central, Caribe, etc. Ah, com um detalhe: conexões internacionais em 30 a 40 minutos e não nas entediantes 02 horas de praxe. Então, temos Saint Martin como destino, com passagem pelo Panamá, fechou, né? Sim, fechou, bon voyage e buen viaje.

A viagem

Para uma viagem internacional de 07 horas (de Recife ao Panamá) o avião da Copa Airlines não é nenhuma Brastemp, as aeronaves dos vôos domésticos da Azul e da Avianca oferecem mais conforto, mas o Boeing 737-700 chega lá e o preço da Copa é tentador.

Saindo de Recife quase 2 da madrugada, a gente desfruta da revista de bordo, filmes com opção de áudio em português e depois de uma soneca se chega no Panamá lá pelas 9 da manhã (7 horas no horário local). O Aeroporto de Tocumen é a casa da Copa, que o denomina de “Hub das Américas “ e , de 25 aviões em operação que estavam por lá quando chegamos, apenas 01 não era da empresa panamenha. E a conexão é de fato super rápida, quando a gente desembarca da aeronave da Copa, não passa pela imigração, vai direto para o portão de embarque do vôo seguinte, onde já estão fazendo a última chamada e daí são mais 3 horas de vôo até Saint Martin, sobrevoando a Colômbia, a Venezuela e o mar do Caribe.

A aterrissagem eu sabia que certamente estaria sendo filmada, não pela existência de celebridades a bordo, mas porque eu já tinha visto no You Tube, que uma das diversões de quem está deitado na areia da praia Maho Beach, em Saint Martin, é fotografar e filmar a passagem dos aviões dez metros acima das suas cabeças. Segue alguns dos vídeos que vi antes de viajar:
 

http://www.youtube.com/watch?v=0vWGW8t6dxM

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=za2GlaeHz3U&NR=1

Meu vídeo de Saint Martin/Sint Marteen:

http://www.youtube.com/watch?v=jcIVQTmEPU8&feature=youtu.be

A ilha foi descoberta por Colombo no final do século XV e mais tarde, em 1648, foi dividida entre França e Holanda, situação que persiste até hoje. Para facilitar a exploração do turismo na ilha, não há barreiras físicas nem pontos de controle imigratório/alfandegário, e mesmo a exigência de visto, pelo governo francês foi abolida, ao menos para cidadãos brasileiros. Assim, a gente circula pela ilha livremente, embora perceba algumas diferenças entre o lado francês e o holandês, a começar da denominação Saint Martin, em francês e Sint Marteen em holandês.

O mapa da ilha mostra que há muita área verde, desabitada e alguns points, especialmente praias que merecem uma visita. Além da Maho Beach, onde passam os aviões bem baixinho, eu gostei de Mullet Bay e acho que Grande Case é o bicho. Mas todas as praias que se pode ver no mapa da ilha, pelo visto, oferecem mar calmo e água cristalina e verde-azulada como água de piscina.

Marigot

Preferi ficar hospedado no lado francês da ilha, para desfrutar do charme do ambiente francês e da possibilidade de praticar o idioma. Marigot, a pequena capital é uma bela cidade, cuja área central pode ser facilmente percorrida a pé, há muitas lojas duty-free, restaurantes desde os de cozinha internacional até aqueles mais caseiros especializados em comida criola. Estive em vários, especialmente nos populares, no Boulevard de France, nos quais a gente conversa até com o dono e descobre um pouco mais dos costumes e cultura da gente que habita aquele lugar.

Alguns blogs e posts que eu tinha lido diziam que era impraticável conhecer Saint Martin sem locar um carro, mas eu encarei o desafio até porque gosto de usar o transporte de massa nos lugares onde vou para chegar mais perto da alma do lugar. Em viagem de férias não tenho horários rígidos a cumprir, não tem relógio ou sistema de ponto me esperando, então, não há muita pressa de chegar. Em Saint Martin o transporte coletivo é feito por microônibus, geralmente velhos e explorados por particulares, nativos que fazem daquilo seu meio de vida. Você entra no ônibus, na parada inicial e o motorista espera ter uma lotação significativa e dá a partida. O trânsito na área urbana é bastante lento, depois que pega a estrada para Philipsburg – capital do lado holandês – a viagem flui mais rápida, subindo o morro de onde se tem belas vistas da ilha. Ao chegar na área urbana do destino, o trânsito novamente fica lento e descubro uma coisa: lá, como em muitas cidades do interior do Brasil, não existem pontos fixos, onde um passageiro gritar “STOP” o ônibus pára. A passagem também não tem valor fixo, você paga de acordo com a distancia entre inicio e fim da sua viagem, chegando, no máximo a 3 dólares. Moeda local? Não sei, não vi, só ouvi falar, paguei tudo em dólar, de passagem de ônibus a perfumes, passando por imãs de geladeira e entrada de museu.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Marigot – vista do do alto do Fort Louis

Philipsburg

Na capital holandesa da ilha, Philipsburg, fala-se mais o inglês já que eles não esperam mesmo que os turistas falem holandês e, de fato, como li em alguns blogs, a cidade tem mais um clima americanizado. Imaginem que estive por lá, no dia 04 de Julho, data que se celebra a independência dos EUA e a cidade estava ainda mais enfeitada para agradar turistas americanos. Restaurantes com bandeiras dos EUA e promoções de pratos anunciadas como Menu 4th of July, Independence Day e por aí vai. A cidade parece atrair mais turistas que Marigot, inclusive porque é lá que aportam os grandes navios de turismo. No calçadão à beira mar na área que chamam Great Bay, a gente passeia em meio aos turistas, ambulantes e artistas diversos disputando a atenção da gente inclusive para preferir este ou aquele restaurante. A vista do calçadão é linda, a área alvíssima, o marzão verde-azul super transparente e o sol que parece que mora mesmo por ali.

Experimentei, em Philipsburg, a bebida local, Guavaberry, um licor fortíssimo, à base de rum e de uma frutinha local. Quer saber? Não gostei, pra mim tinha gosto de uísque barato, eu preferiria a nossa cachaça, sem bairrismo, mas, gosto não se discute e a loja estava cheia de gringos comprando garrafas de Guavaberry para levar de lembrança.

Um das coisas que me chamou atenção em Philipsburg foi um restaurante que funciona dentro de um grande avião antigo, pena que ao chegar lá estava fechado e não deu para “embarcar”.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Philipsburg – Bar e Restaurante Lekkerbek

Anguilla e St Barthélemy

Saint Martin fica, como mostra o mapa, entre várias ilhas e as mais próximas e visitadas são Anguila e Saint Barthelémy, conhecida pelos íntimos como St Barths.

St Barths é tida como ilha para ricos, a viagem é um tanto quanto cansativa porque são quase 2 horas de barco veloz, com muito balanço do mar. Em algum lugar eu li que a ilha teria tido colonização sueca, antes de pertencer aos franceses e a gente nota essa influencia na arquitetura local e mais uma prova dessa marca é que as placas das ruas têm sempre um nome sueco e um nome francês, distintos não se tratando de mera tradução. O passeio lá foi rápido e curioso foi descobrir que a Shell Beach tem este nome (shell= concha) porque a areia é toda coberta de conchinhas do mar, além de descobrir que o único restaurante daquela praia, denominado “Do Brazil” não tem brasileiro, nem comida brasileira, it´s Just a name. Mas recomendo conhecer a Shell Beach e o Do Brazil.

Anguila é uma ilha muito simpática e fácil de chegar porque bastam 20 minutos de barco, saindo do embarcadouro de Marigot. Adorei a praia de Meads Bay, tranqüila, a mesma areia branquinha, o marzão cor de piscina que Deus deu e as comidinhas do Blanchard´s, o restaurante que fica ali bem na beiradinha da praia. Logo ao tomar o táxi para a Meads Bay, estranhei o motorista dirigindo pela contramão, até lembrar que Anguilla é de domínio inglês e por conseguinte, os carros se locomovem pela mão ...inglesa. Com um detalhe, como eles importam carros dos países próximos, certamente EUA, Brasil e outros, os volantes não são do lado direito como costumam ser em países de mão inglesa.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Anguilla – Meads Bay

Au revoir, Saint Martin

Saint Martin é desses lugares que dá um apertinho no coração na hora de ir embora. Para quem mora em cidade grande, é bom estar de férias num lugar pequeno e aconchegante, onde o serviço nos restaurantes populares não é a melhor coisa do mundo, o transporte público também não, mas é um lugar ensolarado, não poluído, bonito, cercado de belas praias por todos os lados e onde você vai descobrindo um mundo novo a cada dia, uma cultura diferente. É tipo assim lugar para relaxar. Mas, enfim, chegou a hora de levantar vôo e passar uns dias no Panamá antes de voltar para casa.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Philipsburg - Maho Beach

Panamá

Quando a gente desembarca no aeroporto de Tocumen e vai entrando na cidade do Panamá, sem exagero, parece que está entrando em Sampa. Nossa, tanto arranha-céu, é tanto edifício de 50, 60 andares que nem dá pra acreditar que a gente está na capital de um país cuja população total é de pouco mais de 3,3 milhões de habitantes. Não podia deixar de comparar com Salvador que tem quase a mesma população do Panamá todo.

No Meio das Américas

O Panamá, é um istmo, como dizem os próprios panamenhos, ou seja é um pedaço estreito de terra que liga duas grande porções maiores que são a América do Norte e a do Sul. Conta a história que lá pelos anos 1800 e vinte e poucos, o Panamá junto com a Colômbia, Venezuela e Equador, formavam uma só nação chamada Grã Colômbia, até que os americanos cientes da importância geopolítica da região, fomentaram ou ao menos apoiaram o movimento de libertação do Panamá, não é à toa que conseguiram depois monopolizar a exploração do canal. Observem que as bandeiras da Colômbia, Equador e Venezuela até hoje são semelhantes e tem em comum as cores amarela, vermelha e azul. Já a bandeira do Panamá tem as cores vermelha, azul e branca e tem estrelas. Qualquer semelhança com a bandeira dos EUA não deve ser mera coincidência.

Soft Power

A influencia americana eu percebi não só na bandeira, mas também nos taxis amarelos de tarja quadriculada preta, na economia dolarizada que à semelhança do Equador, tudo é pago em dólar americano e o Balboa - a moeda local – só existe em valores abaixo da unidade, como 0,25, e circula como troco ao lado dos 0,25 americanos.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Cidade do Panamá – ônibus conhecido como Diablo Rojo

Panamá Ontem

As referências passadas que eu tinha do Panamá eram:

O Canal - citado pela professorinha de Geografia e que me deixou com uma vontade danada de ver como funciona. Foi ótimo poder ter visto a Ponte das Américas que une as 2 margens do canal e ter estado no Centro de Atenção ao Visitante da Eclusa de Miraflores, onde a gente pode ver a operação do canal, os navios entrando num dos trechos isolados pelas comportas, no qual os desníveis de água são equilibrados para o navio poder ascender ao nível de cima. E mais curioso, foi saber que o desnível entre as águas do Pacifico e do Atlântico é mínimo e que os americanos criaram este sistema no canal como técnica de construção que permitiu construir a obra sem escavações muito profundas ao longo dos 80km de extensão do canal.

Bandeira de conveniência - assim como os automóveis tem seu licenciamento , todo navio precisa ter um registro e alguns países, assim como fazem os estados em termos de legislação fiscal e tributária, são famosos por oferecer legislação frouxa e preços baixos para o registro de navios, os quais portam a chamada “bandeira de conveniência”. Por isso era tão comum ver navios no porto, com bandeira do Panamá, algo que já me chamava atenção desde a adolescência.

Chapéu Panamá – embora eu já soubesse que o chapéus não eram fabricados no Panamá e sim no Equador não deixava de ser uma referência ao país.

Panamá Hoje

O que encontrei na capital do Panamá foi uma cidade com menos de 1,5 de habitantes, mas que aparenta ter muito mais pela quantidade de edifícios comerciais com mais de 50 andares, muitas obras de urbanização em andamento e aqueles contrastes típicos de lugares onde a desigualdade social ainda é um desafio. O que meu olhar captou foi:

Transporte coletivo - ônibus modernos com sistema de transito rápido, funcionando exclusivamente com smart-card, sem cobrador. Como eu só ia me locomover de ônibus uma única vez, não compensava pagar a taxa de emissão do smart-card e apelei para o que eles chamam de diablo rojo, ônibus antigos, parecidos com aqueles ônibus escolares americanos só que multi-coloridos. A viagem é uma viagem, pense num ônibus grande, de bancos estreitos, repletos de passageiros, onde o motorista é também cobrador, mas não para por aí: as janelas são divididas na horizontal e somente a metade de cima se abre o que não é nem de longe suficiente para amenizar o calorão do Panamá; o motorista demora bastante nas paradas para pegar o máximo de passageiros possível; o ônibus tem duas caixas de som, na frente e duas no fundo, tocando merengue em alto volume. Mas eu estava zen, não saberia se não tivesse experimentado e não vou morar lá para ter suportar isso o resto da vida, então, para mim, era só aventura. Ah, os taxis não usam taxímetro, eles cobram pelo feeling, então se você é turista procure saber o valor antes e negocie na hora de fazer a corrida. A maior parte delas custa menos de 3 dólares.

Economia – já falei dos enormes edifícios e eles tem um distrito financeiro que é anunciado como atração turística porque tem sede de tudo que é banco grande do mundo. Parece que essa história de ser o “meio das Américas” tem sido bem explorada pelo Panamá porque além do canal, que é ponto de travessia de navios do mundo todo, eles são um ponto de convergência e distribuição (hub) da espinha dorsal (backbone) da internet que interliga o continente de norte a sul. No centro vi uma clinica medica que anunciava ser associada do famoso Hospital John Hopkins, dos EUA, um dos prédios mais modernos da cidade é um hotel com 70 andares (Trump Tower) pertencente ao milionário americano Donald Trump. Parece que a grana ta correndo solta no pais, em termos de investimentos.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Cidade do Panamá - passado

Miami ameaçada

Estive no Albrook Mall, um shopping gigante que oferece grandes marcas com desconto e marcas mais populares com preços inacreditáveis. Não é à toa que a Copa Airlines oferece vôos de 08 capitais brasileiras para o Panamá. Diversas agencias de turismo do Brasil estão oferecendo excursões para o Panamá e o que usam de chamariz é “visite o canal e faça compras”, como opção a Miami que era vendida como “visite Disney e faça compras”.

Casco Viejo

O centro histórico da cidade, chamada de casco viejo ou casco antigo, é muito bonito e faz um belo contraponto com a parte moderna, mas tive o azar de chegar antes do fim das obras de reforma e muitas partes estão com acesso prejudicado, mas acredito que depois de pronto, vai atrair muitos visitantes. Para visitar as diversas partes da cidade, incluindo o canal, eles oferecem aquele serviço de ônibus de dois andares, que existe nas principais cidades turísticas do mundo como Paris, Londres, Montreal, Salvador. Eu usei é uma boa opção, boa e barata.

Foto: Antônio Carlos Silva Ferreira

Cidade do Panamá – Casco Viejo

Para terminar

Bem para mim, viajar sempre vale a pena, costumo dizer que, para uma visitinha rápida, até o inferno é interessante. No caso de Saint Martin, conclui que dava para ficar lá mais tempo, explorando as ilhas do entorno com vagar. No caso do Panamá sei que há várias atrações fora da capital como Bocas Del Toro e as ilhas de San Blas, mas a ideia era tão somente aproveitar a conexão da viagem para Saint Martin e dar uma olhadinha no Panamá e saciar aquela vontade de saber como era o canal e o que mais podia haver além dele. Satisfeito ? Eu estou e muito. Que venham as próximas férias.

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Antônio Carlos Silva Ferreira é Administrador, Especialista em Relações Internacionais e viajante por diletantismo. Reside em Salvador/BA. Contato: [email protected]